Desvendando Custos Hospitalares Ocultos
- nathaliapaganin8
- 20 de jun. de 2024
- 2 min de leitura
Uma Visão Estratégica para Aumento da Eficiência em Áreas Críticas Hospitalares por Meio da Interoperabilidade
Quando falamos sobre a gestão de um hospital, muitas vezes nos concentramos nos aspectos brilhantes da medicina moderna - os avanços tecnológicos, os milagres cirúrgicos e medicamentos para doenças até então incuráveis. Mas há um outro lado nessa história: os desafios invisíveis que os gestores enfrentam todos os dias, aqueles que pesam no orçamento e na consciência.
Você já parou para pensar em quanto dinheiro seu hospital pode estar perdendo sem que você perceba? O tema aqui não são grandes somas que desaparecem de uma hora para outra, mas sim o gotejar constante de recursos que se perdem em processos ineficientes e práticas ultrapassadas.
Da mesma forma que a Revolução Industrial destacou a importância de identificar gargalos operacionais e solucioná-los com o auxílio de máquinas, na era da saúde 4.0, é crucial avaliar três aspectos fundamentais para estancar o escoamento de recursos: processos repetitivos que podem ser automatizados, procedimentos burocráticos que demandam simplificação e tarefas humanas que poderiam ser eficientemente executadas com o suporte de softwares. Dentre os aspectos a se mapear, há desafios comuns que impactam tanto o orçamento quanto a qualidade do atendimento da maioria dos hospitais.
DESPERDÍCIO DE RECURSOS MATERIAIS EM PROCESSOS INEFICIENTES
Um dos principais desafios na gestão hospitalar é o desperdício de recursos. O uso excessivo de papel, por exemplo, não só representa um custo financeiro significativo, mas também um impacto ambiental negativo. Além disso, as glosas, que são correções em faturamentos devido a erros ou discrepâncias, podem afetar o fluxo de receita e resultar em perdas financeiras. Indo ainda mais além, nos deparamos com gastos gerados pelos EPIs, muitos EPIs usados exclusivamente para processos burocráticos, como, coleta de dados do paciente à beira leito na UTI. Isoladamente esses custos podem parecer pequeno, mas podem são um gasto constante e facilmente corrigido.
IMPACTO DOS ERROS MÉDICOS
Os erros médicos são uma realidade preocupante no ambiente hospitalar. Além do impacto direto na vida dos pacientes, esses erros podem resultar em processos judiciais que acarretam custos financeiros elevados e danos à reputação da instituição. Apesar das metas internacionais de segurança do paciente, com os processos aplicados pela maior parte dos hospitais hoje, é praticamente impossível ter controle total sobre procedimentos de segurança.
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
O reparo de equipamentos médicos é outro fator que contribui para os custos ocultos. Falhas ou avarias podem gerar despesas não planejadas, enquanto a ineficiência energética de equipamentos obsoletos ou mal gerenciados pode levar a um consumo excessivo de energia, ou a necessidade de trocas constantes.
SISTEMAS LIMITADOS
Um dos maiores desafios enfrentados na gestão hospitalar moderna é a presença de sistemas limitados. Estes sistemas, muitas vezes desatualizados ou incompatíveis entre si, criam barreiras significativas à eficiência operacional, e podem gerar custos duplicados, uma vez que, muitas vezes são necessários múltiplos sistemas para concluir uma única operação de maneira minimamente satisfatória. A incapacidade de comunicar-se e trocar informações de maneira fluida resulta em atrasos, duplicação de esforços e, em última análise, um serviço ao paciente que está aquém do ideal.
ALOCAÇÃO INEFICIENTE DE MÃO DE OBRA
Profissionais de saúde altamente qualificados muitas vezes se veem atolados em tarefas administrativas devido à falta de integração entre sistemas e da automação de processos. Isso não apenas leva a um desperdício de habilidades valiosas, mas também pode afetar a moral e disposição da equipe, além de claro, a qualidade do atendimento ao paciente.
EVENTOS ADVERSOS
Eventos adversos não intencionais das mais diversas naturezas, provocados por falhas estruturais ou erros médicos, além do impacto direto na saúde do paciente, têm implicações financeiras consideráveis para os hospitais. Eles aumentam os custos com cuidados adicionais, prolongam as internações e podem levar a processos judiciais e indenizações. Em pesquisa o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) estimou que eventos adversos consumiram cerca de R$ 10,6 bilhões no sistema privado de saúde em um único ano, evidenciando a necessidade urgente de estratégias eficazes para prevenir tais ocorrências.
A gestão hospitalar enfrenta desafios com custos ocultos que vão além da aquisição de recursos. Para superá-los, é essencial uma abordagem holística que atenda aos interesses de todos os envolvidos no hospital. A promoção da interoperabilidade e da digitalização em áreas críticas é um passo crucial, colocando a eficiência e a inovação no centro das operações.
Investir em plataformas de interoperabilidade e práticas de digitalização otimiza recursos, reduz custos e melhora a qualidade do atendimento. Reconhecendo e abordando esses custos ocultos, os hospitais podem transformar desafios em oportunidades, garantindo um futuro onde a excelência no atendimento ao paciente é a norma. Esta visão estratégica permitirá aos hospitais alcançar eficiência hospitalar integral.
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