A digitalização tem revolucionado diversos setores da sociedade, e a área da saúde, apesar de apresentar um atraso de quase 10 anos, não é mais exceção. Nos últimos anos, a digitalização tem se mostrado uma poderosa aliada na otimização dos processos clínicos, melhoria no atendimento ao paciente e no aprimoramento dos cuidados médicos, especialmente no ambiente de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A transformação digital das UTIs está ocorrendo em etapas distintas, e é fundamental entender em qual estágio seu hospital ou instituição se encontra nesse processo, para assim definir um plano de ação efetivo e com baixa fricção.
Conheça abaixo as etapas de digitalização adequadas às UTIs brasileiras:

Etapa 1: Integração de Equipamentos
A etapa inicial na jornada de digitalização da UTI engloba a integração dos equipamentos médicos cruciais para o monitoramento contínuo e a manutenção do estado de saúde do paciente. Entre esses equipamentos, estão os monitores multiparamétricos, os ventiladores mecânicos e as bombas infusoras. Esta fase abraça a interconexão desses dispositivos vitais, que são essenciais para o monitoramento, diagnóstico e tratamento dos pacientes. No atual cenário, é encorajador observar que existem empresas que oferecem soluções de interconexão mesmo para dispositivos de diferentes marcas e versões, como é o caso da Carenet Longevity.
A interoperabilidade desses equipamentos desencadeia a troca de informações de maneira ágil e eficaz, resultando em uma visão completa e precisa do estado de saúde do paciente. Com dados confiáveis e coerentes, é possível transmiti-los para os sistemas hospitalares em tempo real, alimentando análises comparativas e facilitando uma avaliação abrangente da condição do paciente. Esse fluxo contínuo de informações também oferece a oportunidade de detecção precoce de qualquer mudança significativa, o que é crucial em uma UTI, onde o tempo é um fator crítico.
Etapa 2: CONEXÃO DE SISTEMAS
Após a bem-sucedida integração dos equipamentos, a próxima etapa na jornada de digitalização da UTI engloba a integração dos sistemas de informação. Este estágio abrangente abarca desde a implementação de prontuários eletrônicos do paciente (PEP) até a introdução de sistemas de registro de enfermagem e de monitoramento dos sinais vitais. Notavelmente, esses sistemas podem ser enriquecidos com o benefício da automação, devido à eficaz integração dos equipamentos, realizada na etapa inicial.
Felizmente, hoje podemos contar com soluções de conectividade de alcance universal, capazes de harmonizar e interpretar informações de qualquer sistema, independentemente de sua linguagem. A harmonização desses sistemas propicia aos médicos e enfermeiros o acesso imediato a informações vitais, de maneira ágil e eficiente. Essa prontidão informacional não apenas agiliza diagnósticos e a tomada de decisões, mas também viabiliza o armazenamento de dados anonimizados, beneficiando pesquisas e a elaboração de protocolos de saúde mais inteligentes e eficazes.
Etapa 3: Monitoramento Remoto
Uma vez estabelecida a base de integração de equipamentos e sistemas, muitas instituições avançam para a fase de monitoramento remoto. Nesse estágio, ocorre a utilização de dispositivos médicos conectados à internet, permitindo o acompanhamento contínuo dos pacientes, mesmo à distância, através de plataformas de visualização intuitivas capazes de consolidar informações de diversos dispositivos médicos.
Os dados coletados pelos dispositivos são transmitidos para uma plataforma central, onde equipes médicas podem monitorar em tempo real. Essa abordagem proporciona uma resposta mais ágil às mudanças no estado de saúde do paciente, reduzindo significativamente o risco de complicações. Além disso, o monitoramento remoto desonera os enfermeiros da tarefa de coletar e registrar manualmente dados de telemetria e outros, permitindo que se concentrem no cuidado assistencial. Esse avanço também habilita o acesso ao suporte de especialistas à distância, revolucionando a prestação de cuidados, especialmente em regiões remotas onde a disponibilidade de especialistas é limitada.
Adicionalmente, o modelo de monitoramento remoto também pode trazer benefícios no que diz respeito à redução da taxa de infecções cruzadas. Isso ocorre porque a necessidade de entradas frequentes no leito de todos os pacientes constantemente é reduzida, evitando o contato frequente e reduzindo o risco de disseminação de patógenos.
Etapa 4: Análise de Dados e Inteligência Artificial
A quarta etapa na digitalização da UTI é a utilização de análise de dados e inteligência artificial (IA) para interpretar os dados coletados e identificar padrões. Algoritmos de IA podem ajudar a prever complicações, sugerir tratamentos personalizados e até mesmo auxiliar na identificação precoce de infecções ou deterioração do paciente. A análise de dados também contribui para o aprimoramento contínuo dos protocolos de tratamento, com base em evidências mais sólidas.
Etapa 5: Tomada de Decisão Assistida
À medida que a digitalização avança, a tomada de decisão assistida por computador torna-se uma realidade. Nessa etapa, os médicos recebem recomendações baseadas em dados coletados, análises de IA e melhores práticas clínicas. Essas recomendações não substituem a expertise médica, mas servem como um apoio valioso na escolha das melhores abordagens de tratamento, apoiando um modelo de tratamento mais personalizado e individualizado.
Etapa 6: Predição e Prevenção
A última etapa da digitalização da UTI é a predição e prevenção proativas. Com a análise contínua de dados e o refinamento dos algoritmos de IA, é possível antecipar riscos e complicações com uma maior precisão. Isso permite que intervenções preventivas sejam implementadas antes mesmo que os sintomas se manifestem, melhorando significativamente os resultados dos pacientes e reduzindo os custos de tratamento a longo prazo.
Quanto tempo devo dedicar ao processo de digitalização da minha uti?
Cada fase do processo de digitalização é composta por quatro estágios essenciais: Mapeamento, Preparação, Implantação e Adaptação. Cada um desses estágios desempenha um papel crucial no processo de transformação digital da UTI.
No estágio de Mapeamento, a equipe técnica assume a responsabilidade de identificar as áreas que serão beneficiadas pela solução, os profissionais envolvidos e a infraestrutura técnica disponível no hospital para a implementação da digitalização. Durante esse estágio, que geralmente se estende por um período de duas semanas a um mês, a equipe trabalha para compreender a dinâmica da instituição e assegurar que a solução se alinhe às necessidades específicas do hospital.
Na sequência, a etapa de Preparação entra em cena. Caso seja identificada alguma lacuna na infraestrutura hospitalar ou na tecnologia disponível, uma equipe de especialistas orienta o hospital para que se adeque à solução proposta. Nos dias de hoje, muitas soluções são altamente personalizáveis e adaptáveis, permitindo que uma variedade de hospitais adote a implantação de forma mais simplificada, sem passar por um processo longo de preparação. Nesse estágio, o tempo necessário pode variar, sendo que alguns hospitais podem pular essa etapa completamente, enquanto outros podem precisar realizar ajustes significativos em suas estruturas e processos. Portanto, a escolha de uma solução adaptável à realidade da instituição é crucial.
A etapa de Implantação é aquela que concentra todos os esforços na implementação da solução de maneira ágil e eficaz. No entanto, é crucial que a equipe técnica do hospital esteja profundamente envolvida para garantir o sucesso dessa fase. O período necessário para a Implantação pode variar de 30 dias para soluções mais simples até 6 meses para soluções mais complexas. De maneira geral, a média de duração costuma ser em torno de 90 dias.
O estágio final é o da Adaptação, que envolve o treinamento de toda a equipe envolvida. Optar por empresas que ofereçam diferentes opções de treinamento é aconselhável, dada a natureza da UTI, onde diversas equipes e turnos estão envolvidos. A fase de adaptação nem sempre é simples, pois implica em ajustar processos e rotinas estabelecidos. Conscientizar a equipe sobre os benefícios proporcionados pela digitalização é o primeiro passo para criar um ambiente aberto à inovação. Além disso, envolver os profissionais desde o início e ouvir suas necessidades, desafios e expectativas pode revelar insights valiosos sobre os obstáculos enfrentados na UTI. Isso pode resultar em melhorias inesperadas e abordagens inovadoras para superar os desafios.
A busca por uma saúde mais conectada
Em resumo, a digitalização da UTI é um processo contínuo e progressivo, com o potencial de trazer benefícios notáveis tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde. Identificar a etapa em que sua instituição se encontra é crucial para planejar os próximos passos nessa jornada. Independentemente do estágio, é fundamental lembrar que a tecnologia digital é uma ferramenta poderosa, enquanto o cuidado humano e o conhecimento clínico permanecem como pilares essenciais da medicina. A Carenet Longevity, com sua expertise e soluções abrangentes, é uma parceira valiosa nesse processo contínuo de busca por uma assistência de saúde mais eficiente e avançada, pois suas soluções abrangem grande parte das etapas de digitalização de forma integral e personalizada.