Interoperabilidade contribui para a obtenção de acreditações?
- Juliana Cecilia
- 9 de out.
- 4 min de leitura
Muito além do cumprimento de protocolos: integrar sistemas é acelerar o caminho para a acreditação hospitalar

Se o seu hospital buscasse hoje uma acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA) ou da Qmentum International, teria confiança de que todos os dados clínicos e operacionais estão prontos para uma auditoria?
Embora muitos gestores reconheçam a importância da qualidade da informação, grande parte ainda não sabe por onde iniciar o processo de garantia e padronização desses dados. O que se observa, na prática, é um cenário em que informações críticas permanecem dispersas em sistemas que não se comunicam entre si.
Essa fragmentação compromete a rastreabilidade e a confiabilidade dos dados — dimensões centrais para ambos os modelos de acreditação — e pode atrasar ou até inviabilizar a obtenção do certificado, uma vez que dificulta a comprovação de práticas seguras, consistentes e auditáveis.
O que as acreditações realmente avaliam
As acreditações ONA e Qmentum não se limitam ao cumprimento de normas e protocolos: elas avaliam a qualidade da assistência, a segurança do paciente e a maturidade da gestão organizacional.
Em ambos os casos, a confiabilidade da informação é um requisito transversal.
A rastreabilidade dos processos clínicos, a consistência documental e a capacidade de demonstrar evidências em tempo real são dimensões diretamente associadas à governança clínica e digital — e a interoperabilidade contribui de forma decisiva para cada uma delas.
A fragilidade dos sistemas isolados
Um hospital pode contar com equipamentos de ponta e equipes altamente qualificadas, mas, se seus sistemas não se comunicam, a auditoria inevitavelmente encontrará lacunas — e, mais grave que isso, a segurança do paciente também fica vulnerável.
A ausência de interoperabilidade compromete a continuidade do cuidado, dificulta a tomada de decisão clínica em tempo real e aumenta a probabilidade de erros assistenciais. Entre os impactos mais frequentes estão:
Perda de rastreabilidade, quando o histórico clínico se fragmenta entre múltiplas plataformas, impedindo a visão integrada do paciente;
Inconsistência documental, com relatórios incompletos ou divergentes que comprometem o registro fidedigno da assistência;
Retrabalho administrativo, exigindo que profissionais consolidem manualmente dados para atender às auditorias e rotinas assistenciais;
Risco à segurança do paciente, diante de informações desatualizadas, ausentes ou incongruentes, que podem atrasar condutas e gerar eventos adversos;
Risco reputacional, quando o hospital não consegue comprovar de forma rápida e segura a integridade de seus processos.
Não é, portanto, a ausência de protocolos que compromete a acreditação — mas sim a falta de interoperabilidade entre eles, que afeta simultaneamente a eficiência da gestão, a qualidade assistencial e a segurança do cuidado.
Interoperabilidade como diferencial competitivo
Tanto a ONA quanto a Qmentum valorizam práticas que fortalecem a segurança assistencial e a gestão baseada em evidências. Nesse contexto, a interoperabilidade desponta como um requisito de maturidade tecnológica e operacional.
Ao permitir o fluxo contínuo de dados entre equipamentos, sistemas e profissionais, a interoperabilidade assegura a rastreabilidade de cada etapa do cuidado, reduz riscos e comprova a capacidade institucional de gerir informação de maneira segura e integrada.
Por que a interoperabilidade acelera a acreditação
A interoperabilidade é um elemento estruturante da maturidade digital hospitalar e contribui diretamente para o atendimento aos padrões de qualidade, segurança e governança exigidos por modelos como ONA e
Qmentum. Entre seus principais impactos estão:
Eliminação de inconsistências em registros clínicos e administrativos, assegurando a integridade e a rastreabilidade das informações;
Redução de falhas de comunicação entre equipes multiprofissionais, favorecendo a continuidade e a coordenação do cuidado;
Maior transparência e confiabilidade em auditorias, com dados centralizados, padronizados e facilmente auditáveis;
Fortalecimento da governança clínica e digital, requisito central nas versões mais recentes dos manuais de acreditação;
Avanço nos padrões de melhoria contínua, ao permitir o monitoramento de indicadores em tempo real e a análise preditiva de desempenho;
Contribuição direta para as metas internacionais de segurança do paciente, prevenindo eventos adversos e ampliando a rastreabilidade de processos críticos;
Eliminação do uso de papel e das transcrições manuais, reduzindo custos e riscos de perda de dados;
Redução do erro humano, ao automatizar etapas de registro, consolidação e compartilhamento de informações.
Em um cenário em que a acreditação representa excelência assistencial, credibilidade institucional e vantagem competitiva, a interoperabilidade deixa de ser um recurso tecnológico para se consolidar como estratégia de sustentabilidade e valor em saúde, integrando pessoas, processos e dados em uma mesma linguagem de cuidado.
O papel da Carenet na jornada de acreditação
Na Carenet Longevity, entendemos que alcançar acreditações como ONA e Qmentum requer mais do que o cumprimento de checklists: exige confiança plena nos dados que sustentam o cuidado e visibilidade integral de cada etapa da jornada assistencial.
Por isso, atuamos de ponta a ponta, com soluções que conectam o hospital em todas as suas dimensões — da beira-leito à gestão executiva.
O Orchestra integra equipamentos e sistemas de diferentes fabricantes em uma única arquitetura digital, garantindo informações seguras, padronizadas e rastreáveis em tempo real.
O Aaloy Surgery automatiza a ficha anestésica, ampliando a rastreabilidade e a precisão no centro cirúrgico. E o Diva digitaliza rotinas assistenciais, reduzindo a sobrecarga de enfermagem e promovendo padronização e fluidez operacional.
Estamos constantemente desenvolvendo novas soluções que ampliam a interoperabilidade e fortalecem a governança digital hospitalar, apoiando instituições que buscam evoluir em maturidade tecnológica e alcançar padrões internacionais de qualidade e segurança.
Assim, o hospital não apenas se prepara para auditorias, mas constrói uma gestão sólida, baseada em dados e orientada à melhoria contínua, com processos mais integrados, previsíveis e eficientes.
Porque, no fim, interoperabilidade não é apenas tecnologia — é o alicerce que transforma a busca pela acreditação em um processo mais ágil, seguro e sustentável, em sintonia com o futuro da saúde.